O Museu Comunitário Treze de Maio, de Santa Maria, sediou a Assembléia Temática do Grupo Setorial de Museus, encontro que reuniu cerca de 30 museólogos de todo o Estado, no dia 13 de junho. A plenária contou com representantes dos museus de diferentes regiões do estado, museus comunitários, coordenações de cursos de museologia de universidades gaúchas, gestores públicos da área da cultura e integrantes de iniciativas da sociedade civil com forte atuação em ações museológicas referenciadas pela qualidade de seu trabalho.
A Coordenadora do Museu Treze de Maio, Giane Vargas Escobar, fez a acolhida inicial refletindo sobre o surgimento primeiro da Sociedade Cultural Ferroviária Treze de Maio fundada em 1903, por funcionários negros da Viação Férrea. O Clube foi organizado pela comunidade negra de Santa Maria como uma alternativa à segregação racial. A sede foi construída a partir da reutilização de materiais de vagões de trens desmanchados, então localizada na periferia da cidade. Em 2001, o Movimento Social Negro de Santa Maria propôs a implantação do Museu Treze de Maio, o museu afro-brasilerio da cidade, que tem por objetivo trabalhar o patrimônio social, herdado do Clube. O Museu Treze de Maio traz uma idéia comunitária, onde se trabalha a história e a preservação da identidade negra, viva há 87 anos no Bairro do Rosário.
Segundo o diretor da Cidadania Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e coordenador do processo de organização do Sistema e Plano Estadual de Cultura, Marcelo Azevedo, a assembléia definiu os órgãos que, até o final do mês de julho, devem indicar nomes para o Colegiado Setorial de Museus, inclusive os três sistemas de museus que estão localizados no Rio Grande do Sul (confira abaixo as entidades integrantes). "Até o início de dezembro devemos ter a primeira reunião com a participação de todos os representantes dos Colegiados Setoriais, o que, na sequência, deve acontecer semestralmente", informou Marcelo.
Para um dos coordenadores do Sistema Municipal de Museus e integrante da equipe que gerencia o Museu de Arte de Santa Maria (MASM), da Prefeitura, Márcio Flores, a proposta de os Sistemas entrarem cada qual com um representante é uma forma de valorizar a prática. "A decisão de dar voz aos grupos organizados, proposta pela Assembléia, é fundamental. No Brasil, existem apenas cinco grupos de Sistema de Museus, três ficam no Rio Grande do Sul e um deles em Santa Maria", destacou Flores.
A coordenadora do Sistema Estadual de Museus, Simone Flores Monteiro, comparou o desenvolvimento da atividade musicológica. "Antes, a preocupação era guardar peças e expô-las. No entanto, o trabalho do profissional evoluiu e se desenvolveu com a sociedade. Hoje existe um estudo aprofundado e muitos cursos de especialização que amparam nossa profissão", comentou Simone. O evento contou com o apoio da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Município de Turismo e Secretaria de Município da Cultura, e do Sistema Municipal de Museus de Santa Maria.
O Diretor do Museu Júlio de Castilhos, Joel Santana, destacou a forte mobilização do setor, que teve intervenções qualificadas de diferentes segmentos representados nas deliberações do encontro. "O setor dos museus, possui um grande compromisso com iniciativas bem sucedidas, e tem uma compreensão colaborativa estratégica para os diferentes formuladores de ações culturais". Cita o exemplo da iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM - o Museu Escola que teve inclusive na Assembleia de Santa Maria uma moção de apoio aprovada por unanimidade, independente de suas origens institucionais e da política institucional.
Entre as entidades que devem escolher um titular e suplente: Rede de Educação dos Museus, Associação Nacional de Pesquisa dos Cursos de História, Conselho Regional de Museologia, UFPEL, UFRGS, Sistema Estadual de Museus, Sistema Municipal de Museus e um representante de um museu do Estado.
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