quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Seminário Construindo o Plano Estadual de Cultura e posse dos colegiados setoriais

No dia 21 de setembro, foi realizado o seminário Construindo o Plano Estadual de Cultura, no foyer do Theatro São Pedro. Promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, o evento reúne mais de 200 pessoas para debater a Diversidade Cultural.

Na cerimônia de abertura, o Secretário de Estado da Cultura Assis Brasil, afirmou que  é um momento importante porque é a consolidação do plano que prevê ações nos próximos dez anos, e não vinculadas a propostas partidárias, mas de demandas da sociedade. “O plano representa todas as demandas da sociedade do ponto de vista da identidade e diversidade do Rio Grande do Sul. O secretário lembrou que o plano será posteriormente enviado à Assembleia Legislativa. O plano será a consolidação de tudo que pensamos para cultura no Rio Grande do Sul”.
 
Representando o governador Tarso Genro, o chefe de gabinete, Vinicius Wu ressaltou que o seminário  está inserido no programa de governo que privilegia o debate como forma de abrir canais junto à sociedade. “Essa discussão ultrapassa o limite do tema proposto, mas representa o futuro da democracia no RS e no mundo. O grande desafio dos agentes públicos e da sociedade é debater e garantir a democracia no século XXI”.   

A coordenadora Regional do Ministério da Cultura, Margarete Moraes,  elogiou a forma de construção do Plano Estadual de Cultura. “ Muito importante esse evento que mostra a mudança que vive a cultura no estado e o  trabalho sistêmico adotado na construção dos diálogos culturais entre o setor público e a sociedade este ano e que culminou na Conferência Estadual de Cultura”.

No final da manhã foi realizado o primeiro debate tendo como palestrantes o escritor Armindo Trevisan e o ativista da Cultura Digital, Marcelo Branco. A mediação foi do secretário Adjunto Jéferson Assumção.

Armindo Trevisan citou Darcy Ribeiro ao falar da Identidade e Diversidade  Cultural. Essas só acontecem através do apego à própria  língua, que se dá pelas obras clássicas brasileiras, tanto na literatura, como na música, artes plásticas . “É preciso termos acesso a uma cesta básica cultural para conhecer nossa identidade e a partir daí nos familiarizar”. Trevisan finalizou, alertando para a nossa vulnerabilidade em relação a globalização que recebe informações de fora do País.

Marcelo Branco defendeu o software livre e o uso dos instrumentos da internet para difusão e divulgação da produção cultural. “O importante na reforma do direito autoral é que não existe nada que obrigue os autores a usar a internet. O autor determina e vai ser sempre soberano sobre o direito de sua obra. A idéia é criar uma nova ferramenta para a cultura”.

Na sua análise final o secretário Adjunto, Jéferson Assumção, lembrou o efeito de ser conhecido que a internet proporciona. “ Temos que ter um olhar para o desafio que se coloca hoje. Um olhar contemporâneo que englobe todas as culturas, a urbana, a rural, a indígena, a popular , enfim todas as manifestações”, concluiu Jéferson.

 

Na parte da tarde, foram diplomados os representantes escolhidos pelos 10 Colegiados Setoriais de Cultura, instituídos pela portaria de número 32 assinada pelo secretário Assis Brasil. Estão instituídos os colegiados de Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Culturas Populares, Dança, Livro,leitura e Literatura, Memória e Patrimônio, Museus, Música e Teatro. Os Colegiados Setoriais são órgãos de assessoramento à secretaria com a finalidade de analisar, debater e propor políticas públicas e diretrizes específicas para a Cultura. 

Após a instalação dos colegiados, foi realizada a mesa sobre Populações e Territórios com a participação das professoras Mariana Thompson Flores e Cristina Carvalho. Mariana Thompson Flores traçou um paralelo da escrita da história com identidade. “Nossas matrizes são lusitanas e platinas e ambas concordam que o Rio Grande do Sul tornou-se Brasil por vocação e não apenas por opção”, afirmou.


Cristina Carvalho traçou um paralelo entre política, participação e a definição de territórios. “As populações constroem território e o espaço social na base da participação e é onde o poder é exercido.. A desigualdade social pode ser modificada pela participação do povo. Território é conquistado”.  Para Cristina, os colegiados são um espaço onde se exerce a política, a participação, a conquista e a defesa dos interesses. “O importante é discutir idéias e desnaturalizar o que parece natural e perceber que é possível pensar de outra forma”, concluiu.

O encerramento do encontro foi realizado pelo secretário Adjunto Jéferson Assumção e pelo secretário Assis Brasil. Jeferson Assumção considerou um dia intenso, com muitos pontos de vista. “Que o Plano Estadual de Cultura seja a expressão da nossa opinião. Queremos ainda a descentralização do acesso aos bens”. Jeferson espera que essa discussão ajude o Rio Grande do Sul a se desenvolver econômica e socialmente.

“Porque a cultura qualifica o desenvolvimento e os colegiados são importantes nesse sentido e para o crescimento das economias dos setoriais”. Finalizou afirmando que não queremos uma política de gabinete, mas com contribuição e a participação de quem faz cultura.



Assis Brasil agradeceu a participação de todos dizendo que se está tentando substituir a política do episódio de evento, por uma política consistente, duradoura e sistêmica. “Merecemos uma cultura tratada com respeito. O Plano deve ser preciso para que estabeleça a nossa intenção, mas, ao mesmo tempo, não pode ser uma camisa de força, para que possa se adaptar às mutações. E o Plano precisa antever essas mudanças”, finalizou.

Texto: Maria Emilia Portella

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